A utopia by Morus Thomas

A utopia by Morus Thomas

Author:Morus, Thomas
Format: epub
ISBN: 9788520928752
Published: 2014-01-20T05:00:00+00:00


Das viagens dos utopianos

Quando um cidadão deseja ir ver um amigo que mora noutra cidade, ou quer simplesmente ter o prazer de uma viagem, os sifograntes e os traníboras consentem de boa vontade em sua partida se não houver impedimento razoável.

Os viajantes se reúnem para partir em conjunto; munem-se duma carta do príncipe que é um certificado de licença e que fixa o dia de regresso. Fornecem-lhes uma carruagem e um escravo para guiar a carruagem e cuidar dos animais. Mas habitualmente, a menos que levem mulheres em sua companhia, os viajantes dispensam o carro como um obstáculo. Não se provêm de nada durante o percurso; porque nada lhes pode faltar e em qualquer lugar estão em sua casa.

Se um viajante passa mais de um dia numa localidade, tem que trabalhar no seu ofício e recebe o mais carinhoso acolhimento dos operários de sua profissão.

Aquele que por sua própria vontade se permite franquear os limites de sua província é tratado como criminoso; apanhado sem a licença do príncipe, é reconduzido como desertor e severamente punido. Em caso de reincidência, perde a liberdade.

Se algum cidadão deseja fazer excursão nos campos que dependem de sua cidade, pode fazê-lo com o consentimento de sua mulher e do pai de família. Mas é necessário que compre e pague o seu sustento trabalhando antes do almoço e da ceia tanto quanto os que aí moram. Sob esta condição, cada indivíduo tem o direito de sair da cidade e percorrer o território adjacente, porque ele é tão útil ali como aqui.

Vede que na Utopia a ociosidade e a preguiça são impossíveis. Não se veem nem tabernas, nem lugares de prostituição, nem oportunidade para deboches, nem antros ocultos, nem assembleias secretas. Cada um, continuamente exposto ao olhar de todos, se sente na feliz contingência de trabalhar e de repousar, conforme as leis e os costumes do país. A abundância de todas as cousas é o fruto desta vida pura e ativa. O bem-estar se reparte igualmente por todos os membros desta admirável sociedade; a mendicidade e a miséria são aí monstros desconhecidos.

Já disse que cada cidade da Utopia enviava três deputados ao senado de Amaurota. As primeiras sessões do senado são consagradas a levantar a estatística econômica das diversas partes da ilha. Desde que se verificam os pontos onde há demais e os pontos onde não há bastante, o equilíbrio é restabelecido enchendo-se a carência das cidades infelizes com a superabundância das cidades mais favorecidas. Esta compensação é gratuita. A cidade que dá, nada recebe em troca da parte que entrega; e, reciprocamente, recebe de graça duma outra cidade à qual nada deu.

Assim, toda a república utopiana é como uma única e mesma família.

A ilha é sempre abastecida por dois anos, na incerteza de uma boa ou má colheita para o ano seguinte. Exportam-se para fora da ilha os gêneros supérfluos, tais como trigo, mel, lã, linho, madeiras, matérias para tinturas, peles, cera, sebo, animais. A sétima parte dessas mercadorias é distribuída aos pobres do país para onde se exporta; o resto é vendido a um preço moderado.



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